Pablo Marçal e a antipolítica como entretenimento: uma hiena entre os lobos e ovelhas

EUCLIDES BITELO

Como a antipolítica e a imagem de anti-sistema encarnados por personagens como Bolsonaro, Milei, Trump entre outros representa um perigo para a política institucional e a democracia. Pablo Marçal é a nova figura desse álbum, mas ele não parece ser figurinha repetida

A política institucional é chata, modorrenta, com pessoas falando e sendo retrucadas sem que, aparentemente, não se chegue a lugar algum. E muitas vezes não se chega a lugar algum mesmo, não passando de Mise en Scène de algo que já está decidido em gabinetes ou como disse a saudosa Maria da Conceição Tavares, em vídeo que viralizou após sua morte, “em almóssos (sic)” das classes sociais e políticas que realmente decidem. E, no geral, é bom que as coisas sejam assim mesmo. A internet, e principalmente as redes sociais, trouxeram para o palco personagens como Bolsonaro, Milei e Trump, que se aproveitam dessa demanda antipolítica e anti-sistema para ganhos eleitorais. A prova que isso funciona é que nos três casos acima se elegeram presidentes do Brasil, Argentina e Estados Unidos.

Política como banheira do Gugu: a verdade é só um mero detalhe

Pois, nessas eleições municipais, São Paulo, maior cidade do país e da América Latina, terceiro PIB do Brasil (perdendo apenas para o estado de São Paulo e para o próprio Brasil), que se orgulha de sua economia e de ser um dos grandes centro decisórios do país, pariu uma nova espécie de animal político: Pablo Marçal. Essa mistura de coach messiânico com pastor religioso, considerado um gênio por alguns que pagam fortunas para participarem de seus cursos de autoajuda, ou um mero picareta, charlatão e bandido por muitos, chegou “causando” no pleito paulistano. Sua postura lembra a de um franco atirador, atacando adversários sem provas, não apresentando propostas viáveis para o município que pretende governar, e deixando claro que não está preocupado com isso quando diz que responderá às perguntas do debate diretamente em suas redes sociais, numa espécie de orgulho infantil e narcisista do seu status de milionário que paga para que os outros façam suas tarefas. Sem falar do claro recado de arrogância, apesar da própria ignorância.

Mas a postura de “p**** louca” não passa de fachada. Ele sabe o público que quer atingir, e que seus adversários não são os outros políticos, vistos por ele como escadas para suas blagues, ou “lacradas”, que ele utilizará em cortes nas suas redes. Ele se vê como o Didi Mocó em frente a vários Dedé´s Santana´s, pois seu verdadeiro antagonista é a política institucional como um todo, local que ele é mal visto e ao qual não se enquadra. Como uma espécie de extrema-direita 2.0, talvez ele mesmo se veja muito mais como um Bukele, presidente de El Salvador, tanto em seu discurso como esteticamente, usando boné e roupas bem cortadas, de marcas famosas, mas que muitas vezes raspam no exagero, na ostentação e no mau gosto que tão bem representa os seus seguidores.

Estelionatos em série não sensibilizam o anti-eleitor da antipolítica

A pergunta que fica é: como um personagem desses pode ir tão longe na política institucional, beirando aos 20% de intenção de votos na maior capital brasileira? Seu passado ilibado e brilhante não é. A “capivara” de Marçal é cheia de acusações de estelionato, pirâmides financeiras, e muitos outros problemas com a justiça. Por exemplo, ele já foi condenado por participação em uma quadrilha que realizava golpes bancários por meios eletrônicos. Isso mesmo, aquela ligação que os vovôs e vovós recebem com ameaças de corte na aposentadoria, ou aquele e-mail com o famoso “clique aqui” que serve apenas para roubar seus dados e depois dinheiro de suas contas no banco, pois o influenciador já foi sentenciado por esse crime, e só não foi em cana por que a pena prescreveu. Em outro caso, agora já com a máscara de influencer milionário, levou um grupo para o Pico dos Marins, interior de SP, onde ele e os seguidores quase morreram e tiveram que ser resgatados pelos bombeiros.

Arrisco uma teoria: se em 2018 Bolsonaro deu uma surra nos adversários via redes sociais, e levou as eleições por conta disso, Marçal dobra a aposta e leva as redes sociais para todos os espaços da política, seja em debates, entrevistas e para a campanha de rua. A aposta parece óbvia, pois cada vez mais as discussões saíram da vida real e migraram para os espaços virtuais, então o eleitor já está habituado com esse modelo. O que estarrece é perceber que o restante da política foi pega, mais uma vez, de surpresa. Inclusive o clã Bolsonaro, após algumas declarações desencontradas, fechou posição contra o coach. A partir de agora é acompanhar se sem esse apoio ele irá desidratar ou se colocar como algo realmente viável pelos eleitores, crescendo e chegando ao segundo turno com chances de vitória.

Sistema de barreiras atual contra bizarrices precisa ser repensado

No caso do Marçal, e daqueles que com certeza o verão como um modelo político a partir de agora, a Justiça Eleitoral, os veículos de comunicação que organizam debates e cobrem a política, enfim, todos os agentes envolvidos na política institucional, terão que se organizar e criar anticorpos para deter esse tipo de personagem. É sempre interessante constatar que ele, assim como todo o restante da extrema-direita, não entram no jogo para vencer dentro das regras democráticas, eles estão aí para destruírem a democracia por dentro. Ainda não sabemos onde o fenômeno Marçal pode chegar, se será cassado, se vai atingir um teto e depois derreter (o que em SP é conhecida como russomanização, em alusão a Celso Russomanno, que sempre aparecia bem nas primeiras pesquisas e no final sempre terminava entre os últimos colocados), ou se irá crescer e ameaçar Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, vistos como principais postulantes ao Palácio Matarazzo. Mas o importante é que a hiena já se colocou no meio da matilha dos lobos e da manada de ovelhas, e não importa o que aconteça, ele já é o grande vencedor deste pleito. Sua presença e existência nesse meio já é uma afronta à democracia. E talvez ainda não estejam entendendo isso, e não falo apenas dos eleitores.

Jogos de azar endividam brasileiros: chegada de “bets” e cassinos será problema político para 2026?

ADRIANO BARCELOS

Estamos no ano de 1946. O Brasil vive a euforia do pós-guerra, com a vitória dos Aliados e o país experimentando taxas de crescimento surreais: o Produto Interno Bruto saltou 11.6%, a indústria avançou asiáticos 18.5%. Enquanto a Europa juntava tijolos amontoados em suas cidades bombardeadas, os Estados Unidos em primeiro lugar, e o Brasil subsidiariamente, viviam a bonança econômica — e um certo boom cultural. A figura de Carmen Miranda, artificialmente construída na América do Norte, fazia o mundo sonhar com uma terra idílica onde os coqueiros balançavam com o vento e o mar quente a todos massageava com suas ondas cálidas. Essa cultura “brasileira pra gringo ver” tinha um epicentro: a capital federal, o Rio de Janeiro. E um palco: o Cassino da Urca, no pé da pedra, lugar de jogatinas elegantes e dos grandes shows artísticos que embalavam suspiros por vedetes ao mesmo tempo que faziam o pano de fundo para milhares de dólares que trocavam de mão, todas as noites, nas mesas de black jack, baccarat ou roleta.

A algaravia dos crupiês e o urro dos apostadores bem-sucedidos, porém, não era música para todos os ouvidos. Em um belo dia deste ano de 1946, uma primeira-dama carola daria fim à festa: “Dona Santinha”, ou Carmela Dutra, esposa do então presidente Eurico Gaspar Dutra, agastou o marido até que a zueira se encerrasse. Com uma canetada, impulsada pela mulher, Dutra deu o tiro de morte nos cassinos. Eram mais de 70 e empregavam pelo menos 60 mil pessoas em todo país.

Marginalização do jogo levou grupos marginais a explorá-lo

As consequências da medida, assentada na moral conservadora de Dona Santinha, que morreria no ano seguinte, não se encerram nos empregos que foram embora e nas casas de shows que silenciaram. A marca da relação do brasileiro com o jogo de azar passou da anátema no discurso público à promiscuidade na vida real. Enfim, a hipocrisia. O brasileiro ama apostar e a clandestinidade acolheu os jogadores de braços abertos. A capital federal coruscante dos cassinos era agora a do submundo do jogo do bicho. O Rio forjado pelos bicheiros, mafioso e violento, em parte eclodiu da marginalização das apostas.

Não é necessário nem dizer que o mundo evoluiu. As pulsões do progresso de hoje, porém, não fogem das motivações de antigamente: gerar expectativa e prazer e fazer com que o dinheiro circule, de forma a se apropriar de uma parte. As apostas esportivas, uma coqueluche britânica que remonta desde, pelo menos, 1780, chegaram ao Brasil apenas nos últimos cinco anos. As “bets”, casas de apostas eletrônicas sediadas fora do país, tomaram o futebol brasileiro de assalto. Estão nos influencers, estão nas camisetas dos times, estão nas placas de publicidade dos estádios e estão no próprio campeonato, o infame “Brasileirão Betano”.

A velocidade da política não é a dos gigabytes que passeiam pela internet tentando projetar quantos escanteios o Leixões terá na partida contra o Alverca, pela segunda divisão de Portugal. A “Lei das Bets” só foi nascer nos últimos dias de 2023 e prevê a inscrição das empresas que queiram operar no país, taxando as apostas e estabelecendo, entre outros pontos, campanhas de conscientização contra os riscos do vício em jogos de azar.  A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva principalmente porque não havia o que fazer. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em sua perseguição ao superávit primário, também acha muito bom ter mais dinheiro para entrar.

Eventuais vantagens da jogatina podem ser precedidas por desvantagens

O problema é que a lei nem vige plenamente – neste momento, estamos na fase de inscrição e qualificação das casas de apostas – e as consequências nefastas à saúde e as finanças das pessoas que jogam já horrorizam profissionais de saúde pública, que podem entrar em colapso. Ou seja: ao fim e ao cabo, os supostos benefícios e a necessidade de trazer para legalidade algo que já está posto – a colonização das mentes por conta de casas de jogo que atuam desde o exterior – podem ser ínfimos diante do buraco sem fundo do vício, visto que a possibilidade de jogar a partir de qualquer lugar chegou antes da consciência dos riscos à saúde e às finanças de cada família.

Outra questão que envolve o governo e que terá impactos em 2026 é que as apostas estão esgotando o orçamento dos lares. Esse dinheiro, em parte, está evadindo do país e, em outra parte, deixando de ir para outras destinações que garantem a estabilidade do setor produtivo e a organização da economia. Em 2023, as apostas eletrônicas sugaram surreais R$ 23,8 bilhões dos brasileiros.

Na escala de riscos ao país, as casas de apostas e os cassinos ocupam lugares distintos. Tanto é que as leis que tratam de um e de outro são diferentes e estão em estágios diversos de maturação. A que se refere às casas de apostas está em implantação, como vimos antes. Já a dos cassinos – e dos bingos e do jogo do bicho, subsidiariamente –, que tramitou na Câmara dos Deputados em 2022, recém passou pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, tendo ainda que ser apreciada no plenário da Câmara Alta antes de ir à sanção.

Os cassinos, embora enquadrados na mesma categoria dos jogos de azar, têm um retorno social previsto melhor que as casas de apostas, acessíveis em qualquer smartphone. Assim como nos Estados Unidos – ou mesmo no vizinho Uruguai –, os cassinos têm potencial de revitalizar regiões inteiras e gerar novos pontos de interesse turístico. Há cálculos para todos os gostos, mas estima-se que cassinos e bingos possam gerar no Brasil mais de 1,5 milhão de postos de trabalho.

Pacto no tema esvazia debate: questão será rediscutida no futuro

Sai o tapete verde das mesas de carteados, entra o tapete verde do plenário do Congresso Nacional. Em Brasília, a dimensão da jogatina para o país e a incapacidade de resistir à pressão social provocaram um status político raro: a discussão sobre cassinos e “bets” rasgou a polarização. A Bancada da Bíblia, tão temida, nesse ponto, ou aderiu ou não teve forças para derrubar as bancas e os apostadores. Os bolsonaristas, sempre ansiosos por jogar sobre Lula e o PT a pecha de “devassos”, no que se refere à jogatina, calaram. Fato é que, proporcionalmente, assuntos bem menos importantes já fizeram mais barulho. E isso não é resultado do acaso.

A questão do jogo de azar, diante do que se vê em Brasília, é hoje fruto de um pacto tácito em que direita, esquerda e centro agem como se a polêmica não existisse. Em 2026 e logo após, Lula contará o dinheiro dos impostos, a oposição não dará um pio e o centrão tentará faturar em cada cidade que vier a receber cassinos e bingos Brasil afora.  Se o problema de saúde pública confirmar as previsões catastrofistas e o vício em jogo provocar o prometido caos social, talvez as apostas sejam uma questão político-eleitoral em 2030, ou seja, tarde demais.

Neste país, como acontece em vários aspectos da vida cotidiana, a tecnologia chega às pessoas antes da educação e da conscientização de que a banca paga e recebe; porém, ela necessariamente recebe muito mais do que paga, senão obviamente quebraria.

Não é que a Dona Santinha tenha razão, mas…

Para encher o copo

ROBERTO JARDIM

bobgarden@gmail.com

Terminados os Jogos Olímpicos de Paris, em meio à ressaca pela falta de adrenalina de provas, partidas, apresentações e disputas por medalhas, pipocam aqui e ali os balanços sobre a participação do Brasil. E, como sabemos todos, os números cabem em qualquer análise e teoria que quisermos. Ou seja, muitos verão o copo meio vazio. Outros, meio cheio.

Vejamos! Se pegarmos o Produto Interno Bruto, mais conhecido como PIB, nosso país é o nono do mundo. Dessa forma, se o resultado nos esportes dependesse apenas de uma equação econômica, deveríamos estar em nono no quadro de medalhas. Mas fechamos Paris em 20º. Ou seja, o copo terminou meio vazio.

Se formos pelo Índice de Desenvolvimento Humano, o famoso IDH, que calcula a qualidade de vida por questões como educação e saúde, figuramos no ranking na 89ª posição. Se projetado essa colocação o pódio, isso significaria apenas um bronze. Ou seja, com três ouros, sete pratas e dez bronzes, o copo terminou meio, ou até, bem cheio.

Ainda vendo nesses termos, pensando na riqueza de cada país, ficamos atrás do Uzbequistão e do Quênia – copo meio vazio. Mas terminamos à frente de nações como Bélgica e Dinamarca – meio cheio, mais uma vez. Para sermos mais otimistas, na relação medalha/PIB per capita, o Brasil não fez nada feio, aparecendo à frente até da China, segunda colocada no quadro geral.

É necessário irmos além dessas comparações, porém. Precisamos chegar a uma conclusão sobre o que queremos ver nas próximas edições de Olimpíadas. Se continuaremos com o copo ora meio cheio, ora meio vazio, ou se queremos ele cheio de uma vez. Prefiro essa segunda opção. E para chegarmos lá, temos investir. E muito ainda.

Participação brasileira começou a mudar a partir de Atlanta

Se formos ver em termos de histórico olímpico, podemos notar que até os Jogos de 1992 tivemos um desempenho pífio. De 1896, em Atenas, a Barcelona, somamos exatos 39 pódios – sendo a melhor marca em Los Angeles, 1984, com oito (um ouro, cinco pratas e dois bronzes). A partir Atlanta, em 1996, demos um salto, chegando a 131 medalhas – o recorde foi em Tóquio, em 2020, com 21 (sete ouros, seis pratas e oito bronzes).

Ou seja, com a popularização da transmissão das Olimpíadas ano a ano a partir da redemocratização, políticas públicas e aporte privado no esporte de alto rendimento, os resultados começaram a aparecer. Só não podemos investir apenas em atletas que dão resultados. É necessário formar atletas, investindo na base, nas escolas públicas e privadas.

Por quê? Bom, é na infância e na adolescência que surge o interesse pelo esporte. É a partir dos nossos colégios que vamos conseguir novos apaixonados pelos esportes. Seja como atleta ou como torcedor. Melhor ainda, é por meio do esporte que podemos formar cidadãos melhores, mais educados, mais saudáveis, longe do tráfico de drogas e da violência em geral.

Precisamos, e muito, aproveitar a “febre das conquistas” para investirmos nos esportes nos quais estivemos no pódio – afinal, como disse o medalhista de prata da marcha atlética Caio Coimbra, o Brasil é o país do futebol e do esporte que está vencendo. Não podemos deixar de lado, no entanto, outras potencialidades.

Atletas precisam deixar de ser lembrados apenas de quatro em quatro anos

Afinal, nossos atletas conseguiram ótimos resultados em esportes nos quais nunca tivemos representatividade – como a ginástica rítmica. Ao mesmo tempo, porém, perdemos espaço em outros, como boxe e judô. Assim como no basquete, modalidade na qual já fomos campeões mundiais (no masculino, em 1959 e em 1953, e no feminino, em 1994).

E para isso, temos que ampliar as políticas públicas – não esqueçamos que medalhistas como Rebeca Andrade (um ouro, duas pratas e um bronze), Bia Souza (ouro no judô) e Isaquias Queiróz (prata na canoagem) surgiram assim. Assim como os investimentos privados para manter o ganha pão dos atletas de alto rendimento.

Afinal, como comentou Marcus D’Almeida, brasileiro que figura como primeiro do ranking mundial no tiro com arco, os atletas não morrem depois da Olimpíada. Ou seja, o próximo ciclo olímpico começou logo depois da festa de encerramento em Paris.

E a economia, estúpido?* “Lula 3” passará pela sua primeira turbulência global

FOTO: Ricardo Stuckert

ADRIANO BARCELOS

Ainda era noite de domingo no Brasil, em 4 de agosto, e o sol da segunda-feira já brilhava em Tóquio quando aquelas notícias realmente surpreendentes pululavam nas telas de celulares do Ocidente: bolsas do Japão, Coreia do Sul e outros mercados da Ásia derretiam, circuit breakers – paralisações emergenciais na compra e venda de ações, indicativos de crises extraordinárias – sendo ativados, bitcoins evaporando: enfim, uma turbulência global daquelas à espreita de americanos, europeus e até brasileiros, ainda antes que os ovos mexidos, cereais e copos de suco estivessem servidos para o breakfast dos operadores de Wall Street (ou, vá lá, da B3).

As razões da crise que apontou na Ásia em nada tinha a ver com o Extremo Oriente: era o indicativo de que a economia dos Estados Unidos da América poderia estar pegando um resfriado, o que distribuiria gripes, pneumonias e outras doenças nos mercados globais, de acordo com a imunidade de cada um. O resfriado do Tio Sam foi o indicativo de que, apesar de bons indicativos gerais nos últimos dois anos, a América estaria se preparando para entrar em recessão.

As árvores não crescem até o infinito

Como em uma onda de propagação sísmica, de um terremoto qualquer, o impacto que se sentiu em Tóquio chegou aos demais mercados atenuado. Investidores alavancados há anos em ações de Big Techs se aproveitaram da confusão para tirar um pouco da pressão de suas carteiras. Resultado: tombo na Nasdaq de 6%, em meio ao mau humor geral em Nova York. A tal recessão americana projetada vem da previsibilidade geral da economia dos EUA. Há certos sintomas recorrentes em todas as crises lá desde 1776, como endividamento da população, pressão nos índices de desemprego, e etc. Esses elementos estão presentes de novo e desde 2008 os americanos se convenceram que não, as árvores não crescem até o infinito: um ciclo de prosperidade sempre terá um fim, nos cabe saber como terminá-lo sem dor.

A crise de 2008, aliás, foi algo marcante na história da política e da economia no Brasil. Talvez tenha sido um “turning point” para algo que viria mudar para todo sempre a posição global do Brasil e que teve consequências claras nas relações diplomáticas Sul-Sul e outras instâncias, mas que levou o Brasil à instabilidade geral e à crise política continuada que pôde ser percebida entre 2013 e 2022. Mas isso é outra questão mais ampla, pela qual nos interessaremos em momento mais oportuno. Mas voltemos a 2008, o ano em que o então presidente Lula entrou para os anais da economia brasileira e se valeu de todo seu poder de comunicação popular para dizer: “a crise, se chegar aqui, vai ser uma marolinha”.

Marolinha embalou período de expansão

Lula, naquele momento, enfureceu os analistas econômicos da mídia brasileira. Como uma espécie de marinheiro que desafia Netuno em meio à tempestade, ele vociferou contra o mar revolto para defender o que acreditava ser a fortaleza econômica do seu governo. E venceu. A crise de 2008 mostrou que o grau de separação entre a economia americana e a brasileira alcançou níveis altos sem que quase ninguém percebesse. O Brasil, já potência mundial no mercado de commodities, tinha outros fundamentos e, contra todas as expectativas, viveu um momento econômico excepcionalmente bom entre 2008 e 2011 e que nos alçou a 6ª economia do mundo em 2012, à frente da Grã-Bretanha.

A recessão pré-datada dos EUA, que ainda não veio, mas virá, é má notícia para Kamala Harris. O piano já balança na corda e a pergunta é em que momento ele vai se espatifar na calçada. Se o choque for no período eleitoral, pode ser fatal em uma eleição que se desenha apertada. Eleitores com raiva, e recessões provocam fúria na sociedade, são um prato cheio para Donald Trump, esvaziado do discurso moral diante das condenações e da adversária ex-procuradora-geral da Califórnia.

O que os EUA farão para frear a recessão é o que precisa ser feito: cortar juros para acelerar a economia. Como se sabe, juro baixo nos EUA é bom para os emergentes. Possibilidades de ganhos menores no porto seguro (EUA) fazem os investidores abrir seus olhos para outras possibilidades. Como o Brasil tem o segundo juro real mais alto do planeta Terra, não precisa ser inteligente para deduzir que sim, eles virão.

BACEN não intervém no dólar. Nem intervirá

Os fundamentos econômicos do Brasil hoje são distintos de 2008. Acredito inclusive que Lula, hoje, envelhecido e de barbas brancas, não desafiaria Netuno com a volúpia que já fez. Uma eventual crise nos EUA trará oportunidades, mas também traz medo. Roberto Campos Neto, o xerife do Banco Central (BACEN), no jargão do futebol um retranqueiro, gosta de jogar na defesa e não tem vergonha de juro alto. A reação mais notável no Brasil desta semana foi um inchaço no dólar. Já tivemos 13% de desvalorização no real em 2024. O BACEN, mesmo sentado sobre reservas cambiais faraônicas, não interveio no mercado de dólar, não intervém e não intervirá. Na última ata do COPOM, Campos Neto já falou que o juro pode subir (ainda mais). A justificativa seria a alta do dólar, algo que pode em tese produzir inflação e sobre o qual ele não intervirá mesmo.

O mandato de Campos Neto se aproxima do fim e a bagunça nos mercados globais reforça um dos grandes temores de Lula: que a política monetária do mandatário siga para além do seu período – num BACEN Campos Neto sem Campos Neto. Lula precisa que o país decole definitivamente em 2025 para embalar o seu projeto pessoal em 2026, o Lula 4. Juros altos atrapalham, e até economistas de Direita admitem que os juros atuais não se justificam. Um resfriado americano pode contaminar os humores na Faria Lima e o sucessor de Campos Neto pode não ter força para se soltar de suas correntes.

Desta vez, convém não provocar Netuno.

* A frase do título deste artigo é uma referência à frase “É a economia, estúpido”, cunhada em 1992 por James Carville, então estrategista da campanha presidencial de Bill Clinton contra George H. W. Bush, presidente dos Estados Unidos na época. A vitória de Clinton era improvável, mas dados da economia influenciaram e surpreenderam a campanha de Bush. A frase, desde então, é utilizada para ilustrar o peso da economia na arena político eleitoral.

No Place for Evita Perón: A First Lady as President in Brazil Is an Idea with No Future

ADRIANO BARCELOS

In a family where the father and three sons are politicians, and a fourth is already testing the waters for candidacy, it is quite unusual that, with two years left until the 2026 election, former First Lady Michelle Bolsonaro is being tested and retested as a potential candidate for President of the Republic. This week, once again, the PL commissioned popularity tests regarding her through its own institute, Paraná Pesquisas.

The bet on Michelle sends several signals, none of them favorable to Jair Bolsonaro and the far-right. Not that the projections about Michelle aren’t positive—they are, perhaps too positive: in practice, she is a figure who inherits, at the outset, almost the entirety of her husband’s political base. Ironically, it is behind closed doors that the problems mount: Jair Bolsonaro himself is erratic when it comes to his wife.

There are numerous instances where he evades, sidesteps, or even rebuffs enthusiasts of Michelle ‘26. He may feel that the excitement about his wife politically diminishes him, or that she is not capable of running a campaign, or even fear an eventual electoral success that would leave him subordinate for four years—something Bolsonaro’s confessed machismo could never conceive. Choose your favorite explanation and add a dash of family drama with the three protégés, Flávio, Eduardo, and Carlos. You’d have to be deaf not to hear the murmurs of discomfort over the young stepmother’s prominence.

If Lula were at home in shorts and slippers, and this plot were on the living room TV, he would probably watch it all while eating popcorn. Michelle’s candidacy has an air of desperation within the far-right. The role of First Lady is a figurative one. We are not in Argentina; Michelle is not Evita Perón, Bolsonaro is not Juan Domingo, and neither is tango the Brazilian most popular dance. Today, promoting a former First Lady as a candidate for President of the Federative Republic of Brazil is nothing short of fanciful. Even if the PL’s polls give her 30% of voting intentions, she remains far from the other minimum 20% that would enable her to ascend a hypothetical Planalto’s ramp.

Even if, at first glance, a Michelle presidency might appear as a feminine advancement for the Right, at best, if Bolsonaro made a 180-degree turn in his behavior, she would come across as a politically hollowed-out president, colonized by her husband. The Presidency of the Republic demands a series of agreements and support across various sectors. She would certainly have the backing of evangelicals, but little is known about what the financial market, industry, and social movements think of her. She is known enough to be remembered, but not enough to be elected by 50 million people. Michelle is a repeated face, but she has never submitted her ideas, whatever they may be, to public scrutiny. That is where the rejections stem from.

The Temptation to Follow Dynasties Seems to Come from Imperial Brazil

Brazil is the land of equivalences, and false ones thrive most abundantly in these fields where anything grows once planted. Thus, those eager for change attempt to see also Janja Lula da Silva as a President – but it doesn’t exist. The late Brazilian Empire left in the minds of many a taste for dynasties. The Republic, this anodyne idea for the mind and insipid flavour for the soul, is poor in symbols. Even in the revelry of Momo, a king is sought.

The fact is that a portion of the festive left is already buying into the narrative of a queen for Lula, something that seems even more delusional than Michelle ‘26. It is not our tradition; it will not happen. The far-right, without Bolsonaro, is searching for direction, and each day away from power, its electoral reserves dwindle, if not in quantity, then in enthusiasm. In the end, Michelle will probably not be a candidate for president. A Senate seat, elected from the distant and deep people (contains irony) of the Federal District? A possibility. Tarcísio, the well-positioned chameleon who has already worked with Dilma Rousseff and was endorsed by Bolsonaro, would have to forgo a more-than-assured re-election as governor of São Paulo to engage in a battle against Lula. Will he?

It is not known, but that is a topic for another conversation.

Sem Evita Perón: primeira-dama presidente no Brasil é uma ideia que não tem futuro

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

ADRIANO BARCELOS

Em uma família cujo pai e três filhos são políticos, e um quarto já se ensaia candidato, não deixa de ser estranho que, faltando dois anos para a eleição de 2026, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja testada e retestada como potencial candidata a presidente da República. Nesta semana, outra vez o PL fez testes de popularidade em relação a ela em encomenda a seu instituto, o Paraná Pesquisas.

A aposta em Michelle envia diversos sinais e nenhum deles é favorável a Jair Bolsonaro e à extrema-direita. Não que as projeções sobre Michelle não sejam positivas – elas são até demais: na prática, ela é uma personalidade que herda, na arrancada, quase que a totalidade da base política do marido. Ironicamente, é da porta para dentro que os problemas se avolumam: o próprio Jair Bolsonaro é errático no que diz respeito à mulher.

Não são poucas as situações em que ele desconversa, tergiversa e até repele entusiastas do Michelle ‘26. Sentimento de que a empolgação com a mulher o esvazia politicamente, avaliação de que ela não tem condições de tocar uma campanha, medo até de um eventual sucesso eleitoral que o deixaria como subalterno por quatro anos – algo que o machismo confesso de Bolsonaro jamais poderia conceber. Escolha sua explicação favorita e ponha uma pitada de rolo familiar com os três pupilos, Flávio, Eduardo e Carlos. Só sendo surdo para não ouvir murmúrios de desconforto pelo protagonismo da jovem madrasta.

Se Lula estivesse em casa de bermuda e chinelos, e essa trama passasse na TV da sala, possivelmente ele assistiria a tudo comendo pipoca. Michelle candidata tem algo de desespero na extrema-direita. Primeira-dama é um cargo figurativo. Não estamos na Argentina, Michelle não é Evita Perón, Bolsonaro não é Juan Domingo e nem o tango é nossa dança mais popular. Hoje, lançar uma ex-primeira-dama para presidente da República Federativa do Brasil não é menos do que invencionice. Ainda que as pesquisas do PL dêem a ela 30% das intenções de voto, ela fica muito distante dos outros mínimos 20% que a fariam subir uma hipotética rampa.

Mesmo que a primeira vista Michelle presidente pudesse representar um avanço feminino à Direita, na melhor das hipóteses, caso Bolsonaro desse um giro de 180º em suas atitudes, ela soaria muito mais uma presidente esvaziada politicamente e colonizada pelo marido. A Presidência da República exige uma série de acordos e apoios em diversos setores. Ela teria o amém de evangélicos, por certo, mas pouco se sabe o que pensam dela segmentos do mercado financeiro, da indústria e os movimentos sociais. Ela é conhecida o suficiente para ser lembrada, mas pouco reconhecida para ser votada por 50 milhões de pessoas. Michelle é um rosto reiterado, mas jamais se submeteu ao escrutínio de suas ideias, quaisquer que ela tenha. É daí que brotam as rejeições.

Tentação por seguir dinastias parece vir do Brasil imperial

O Brasil é o país das equivalências, e as falsas são as que mais vicejam por estes campos onde em se plantando, tudo dá. Assim, ansiosos de sinal trocado tentam ver onde não existe uma Janja presidente. O finado Brasil Império deixou semeado nas mentes um gosto por dinastias. A República, essa ideia anódina para a mente e insossa para a alma, é pobre em símbolos. Até na folia de Momo se busca um rei. Tentações. Tentações.

Fato é que uma parte da esquerda festiva já embarca na narrativa de uma rainha para Lula, coisa que parece ainda mais delirante que o Michelle ‘26. Não é a nossa tradição, não vai acontecer. A extrema direita sem Bolsonaro busca um rumo e a cada dia longe do poder suas reservas eleitorais definham, se não em quantidade, em entusiasmo. No final, Michelle provavelmente não será candidata a presidente. Uma cadeira no Senado, eleita nos povos longínquos e profundos do Distrito Federal? Uma possibilidade. Tarcísio, o camaleão bem posicionado que já trabalhou com Dilma Rousseff e foi ungido por Bolsonaro, teria de deixar de lado uma reeleição mais que encaminhada para governador de São Paulo em nome de um embate contra Lula. O fará?

Não se sabe, mas isso é tema para uma outra conversa.

Political Ageism: Will Lula’s Age Be an Issue in 2026?

ADRIANO BARCELOS

Brazil and the United States have differences when it comes to their political choices. Despite the fact that both are democracies, their electoral systems are diverse, and their political cultures have been built on different foundations. The so-called American democratic maturity has proven fallacious over this century. Brazilian fragilities, on the other hand, might be reevaluated. As has been exhaustively said, our democracy went through its biggest stress test— and, in the end, it prevailed.

Politics is dynamic, and election periods, in the age of the internet, prove to be dizzying. The dynamics of excluding Joe Biden, due to manifest senility, was a true lesson in electoral attacks and counter-attacks. He is an old man and would perhaps be unmanageably older in four years, when he would leave a potential future and hypothetical new government. Donald Trump, faced with the chessboard, was a victim of his own wishes. He wanted so badly to take the queen of the black pieces that he handed over his own white king on a silver platter. Checkmate. He attacked Biden to the point of eliminating him and brought upon himself the new fact that exterminated the empathetic factor of the shot he suffered last week: Kamala Harris.

The sword he wielded turned against Trump’s own neck. From slanderer to slandered. Until Sunday, Biden was the oldest man wanting to govern one of the world’s largest nuclear arsenals. Today, it is he, the tanned-orange former president, the oldest one.

Globalist far-right impulse cannot be ignored

In Brazil, there are those who follow the American election with disdain. There are those who follow it with interest. There are even those who root for one candidate or another. Blergh. Aside from boastful demonstrations, the American election, yes, concerns us. The global far-right moves with globalist aspirations—something they claim to despise. A Trump victory would also be a Bolsonaro victory. Many say that if Trump had been in the White House on January 8, 2023, Brazil’s fate could have been different. This globalist far-right impulse cannot be ignored. No flag in the window or sticker on the car—but the U.S. election is our business. Oh yes, it is.

Biden’s fall projects us onto another important parallel: what about Lula in 2026? He will be an 81-year-old man, and although nothing suggests a senility similar to Biden’s (who is also 81), it cannot be ignored that this might be an issue in the next presidential election.

What do we think might happen? Actually, it all depends on the outcome of the American elections. If Trump wins, Bolsonarism, with or without Bolsonaro, could gain momentum. If he loses, besides a defeat for the global far-right, there will be a rather pedagogical example: attacking an opponent because of his age can wear him down to the point that some new factor, a Kamala or someone who looks like her, fresh and new, could emerge and complete the task.

Etarismo político: a idade de Lula será uma questão em 2026?

Foto Ricardo Stuckert/PR

ADRIANO BARCELOS

Brasil e Estados Unidos possuem diferenças no que diz respeito a suas escolhas políticas. Em que pese o fato de que ambos são democracias, os sistemas eleitorais são diversos e as culturas políticas de parte a parte foram construídas sobre bases distintas. A tal maturidade democrática americana se provou falaciosa ao longo deste século. As fragilidades brasileiras, na contra-mão, podem ser relativizadas. Como dito à exaustão, a nossa democracia passou por seu maior teste de estresse – e vingou.

A política é dinâmica e períodos eleitorais, em tempo de internet, se provam vertiginosos. A dinâmica de exclusão de Joe Biden, por motivos de manifesta senilidade, foi uma verdadeira aula de ataques e contra-ataques eleitorais. Ele é um homem velho, e seria talvez inviavelmente velho em 4 anos, quando deixaria um eventual futuro e hipotético novo governo. Donald Trump, diante do tabuleiro de xadrez, foi vítima de seus próprios desejos. Tanto quis tomar a rainha das peças negras, que entregou de bandeja seu próprio rei. Xeque-mate. Atacou Biden a ponto de eliminá-lo, e trouxe para si o fato novo que exterminou o fator empático do tiro que sofrera na orelha: Kamala Harris.

A espada que empunhou voltou-se contra o pescoço de Trump. De detrator a detratado. Até domingo, Biden era o homem mais velho a querer governar um dos maiores arsenais atômicos do mundo. Hoje, é ele, o bronzeado-alaranjado ex-presidente. 

DESTINOS DO BRASIL PASSAM FREQUENTEMENTE POR INTERESSES AMERICANOS

No Brasil, há quem acompanhe a eleição americana com desdém. Há quem acompanhe com interesse. Há até quem torça pra um candidato ou pra outro. Blergh. Demonstrações cabotinas à parte, a eleição americana, sim, nos diz respeito. A extrema direita mundial se movimenta com aspirações globalistas – algo que eles dizem desprezar. Uma vitória de Trump seria, também, uma vitória bolsonarista. Não são poucos os que dizem que se Trump estivesse dentro da Casa Branca em 8 de janeiro de 2023 o destino do Brasil poderia ser outro. Esse impulso globalista de extrema direita não pode ser ignorado. Sem bandeira na janela nem adesivo no carro – mas a eleição dos Estados Unidos é da nossa conta. Sim.

A queda de Biden nos projeta sobre outro paralelo importante: como estará Lula em 2026? Será um homem de 81 anos e, ainda que nada sugira uma senilidade semelhante a de Biden (que também tem 81), não se pode ignorar que essa pode ser uma pauta da próxima eleição presidencial.

O que achamos que pode acontecer? Na verdade, tudo depende do resultado das eleições americanas. Se Trump vencer, o bolsonarismo, com ou sem Bolsonaro, poderá ganhar oxigênio. Se perder, além de uma derrota da extrema direita global, ficará um exemplo bastante didático: atacar um adversário por conta de sua idade pode desgastá-lo a ponto de uma novidade qualquer, uma Kamala da vida, poder surgir e completar a tarefa.  

Relações Institucionais e Governamentais: em tempos de polarização, só setores organizados terão acesso à agenda pública

Em tempos de polarização e incertezas, o papel das Relações Institucionais e Governamentais (RelGov) torna-se crucial no cenário brasileiro. O debate público, muitas vezes contaminado por discursos radicais e desinformação, afasta a sociedade do protagonismo necessário na construção de consensos.

Nesse contexto, a atuação dos profissionais de RelGov se destaca como um elemento essencial para mediar os interesses da sociedade junto ao parlamento, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A polarização política no Brasil tem gerado um ambiente onde o diálogo construtivo é cada vez mais raro. Os debates, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, frequentemente refletem essa divisão, dificultando a aprovação de políticas públicas que atendam às necessidades reais da população. A função dos profissionais de RelGov é, portanto, vital para reconectar a sociedade com seus representantes, promovendo um debate mais equilibrado e informado.

Junto à Esplanada, onde as decisões do Executivo são tomadas, a influência dos profissionais de RelGov é igualmente importante. Eles atuam como intermediários, apresentando demandas e preocupações da sociedade civil e do setor privado a ministros de demais autoridades. Esse diálogo constante ajuda a garantir que as políticas públicas sejam desenvolvidas com base em dados concretos e necessidades reais, e não apenas em interesses políticos de curto prazo.

Profissionais de RelGov vão além da intermediação

O STF, como guardião da Constituição e dos direitos fundamentais, também é um espaço onde as Relações Institucionais e Governamentais desempenham um papel crucial. Profissionais de RelGov podem facilitar a comunicação entre a sociedade e o Judiciário, promovendo uma melhor compreensão das decisões judiciais e suas implicações. Além disso, podem auxiliar na construção de argumentos jurídicos que reflitam os anseios da população, contribuindo para um Judiciário mais conectado com a realidade social.

A atuação dos profissionais de RelGov vai além da mera intermediação. Eles são agentes de transformação, capazes de promover a articulação entre diferentes setores da sociedade e o governo. Por meio de análises detalhadas, construção de redes de contato e planejamento estratégico, esses profissionais ajudam a construir uma agenda que realmente reflita as prioridades da sociedade.

Em tempos de crise e incertezas, sua habilidade em navegar por cenários complexos e encontrar pontos de convergência é fundamental para a estabilidade e o progresso do país.

Se interessou pelo trabalho de RelGov, em defesa de sua empresa ou instituição? Procure a Stump Comunicação & Estratégia.

Assessoria de Imprensa: no final, o que importa é o que dizem sobre você

O serviço de assessoria de imprensa desempenha um papel crucial para que associações e instituições representativas ganhem visibilidade e credibilidade junto ao público. Em um cenário onde a informação circula em alta velocidade e a competição pela atenção do público é acirrada, contar com a chancela dos órgãos de mídia pode ser um diferencial significativo.

A credibilidade dos meios de comunicação tradicionais, como jornais e sites de notícias, é um dos fatores mais relevantes nesse contexto. Esses veículos são vistos como fontes confiáveis de informação, construindo uma reputação ao longo dos anos baseada em rigor jornalístico e compromisso com a verdade. Quando uma associação ou instituição consegue emplacar suas notícias nesses meios, a percepção pública tende a ser muito mais positiva. A mensagem não só alcança um público amplo, mas também chega com um selo de confiança implícito, conferido pela credibilidade do veículo.

Além disso, o custo-benefício da mídia espontânea é um aspecto crucial a ser considerado. Diferentemente da publicidade paga, que muitas vezes é percebida como invasiva e menos autêntica, a mídia espontânea – resultante do trabalho de uma assessoria de imprensa eficiente – é vista como uma validação orgânica e legítima. A publicidade pura e simples pode demandar altos investimentos financeiros e ainda assim não garantir o retorno desejado, enquanto a mídia espontânea, quando bem conduzida, pode gerar uma exposição valiosa com custos significativamente menores.

A assessoria de imprensa também desempenha um papel essencial na ampliação do alcance das mensagens de associações e instituições. Embora as redes sociais tenham um poder inegável de disseminação, elas são frequentemente limitadas pelos algoritmos que controlam o alcance das postagens. Esses algoritmos priorizam conteúdos de entretenimento e assuntos populares, o que pode dificultar a visibilidade de temas mais específicos ou de interesse público. Com a assessoria de imprensa, é possível garantir que a mensagem chegue a públicos diversos, independentemente das barreiras impostas pelas redes sociais.

Além disso, a assessoria de imprensa trabalha para posicionar a instituição como uma fonte relevante e confiável dentro do seu setor. Isso é feito por meio do desenvolvimento de relacionamentos com jornalistas e formadores de opinião, criação de pautas estratégicas e produção de conteúdos que destacam a expertise da instituição. Esse esforço constante contribui para que a organização seja lembrada e consultada sempre que houver uma demanda relacionada ao seu campo de atuação.

Em resumo, o serviço de assessoria de imprensa é indispensável para associações e instituições representativas que buscam visibilidade e credibilidade. Ao alavancar a reputação dos meios de comunicação tradicionais, otimizar os custos com mídia espontânea e assegurar que a mensagem chegue a um público diversificado, a assessoria de imprensa se torna uma aliada estratégica fundamental. Num ambiente onde a informação é um ativo precioso, contar com um suporte especializado pode fazer toda a diferença na construção de uma imagem sólida e respeitada.

A Stump Comunicação & Estratégia é o portal entre a sua organização e a imprensa, gerando prestígio e agregando valor.

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