Eleitores aborrecidos aguardam outubro chegar: campanha precoce e candidatos “manjados” provocam eleição tediosa

FOTO: TÂNIA REGO/AGENCIA BRASIL

STUMP ANÁLISE – 5 DE SETEMBRO DE 2022

ADRIANO BARCELOS

Há pelo menos um ano e meio, a pesquisa eleitoral para presidente da República é rigorosamente a mesma: Lula tem entre 43% e 48% da preferência; Bolsonaro, entre 29% e 35%. Há variações e institutos (mais ou menos sérios) até apresentam números que fogem dessas duas bandas de variação. Mas, fato é que os resultados não mudam significativamente. Nesta reta final, com campanha nas ruas, os percentuais teimam em seguir semelhantes. Por que isso acontece?

A campanha eleitoral de 2022 para presidente foi a mais precoce da História. Pode-se dizer sem medo de errar que Bolsonaro está em campanha há pelo menos dois anos e meio. Em abril de 2020, ele já discursava diante do “Forte Apache”, o Quartel General do Exército, em Brasília. Na ocasião, o presidente, pela primeira vez, participava do que se convencionou chamar de “atos antidemocráticos”. O séquito era pequeno, mas o recado já estava dado e, aliás, segue o mesmo até hoje. Por ser conhecido de todos, não é o caso de reeditá-lo.

Meses antes, em novembro de 2019, outro fato relevante acontecia, desta vez em Curitiba: Lula deixava a prisão após 580 dias. Com um discurso forte, ele criticava o governo Bolsonaro e já indicava o tom que adotaria em sua candidatura.

Desde 2020 o país se prepara para a batalha final entre Lula e Bolsonaro. Não é exagero dizer que boa parte dos brasileiros já se imaginam votando em um ou em outro. Em uma espécie de choque de titãs, em uma “eleição do fim do mundo”, é muito difícil não tomar partido. O poder magnético de Lula e Bolsonaro sugou a energia política do país, a ponto de “a busca pela terceira via” ter virado piada de boteco. A terceira via não foi possível e nem seria, visto que o Brasil tinha contas a acertar consigo mesmo. Se é bom ou mau para o país, fica difícil dizer. Mas, em termos de liderança, não há nada (e nem ninguém) para além de Lula e Bolsonaro.

Bolsonaro faz um governo relativamente pobre de ideias. E o faz de caso pensado: a ideia do governo Bolsonaro é Bolsonaro. Não há programa, projeto, ministro ou medida que se sobressaia. A agenda nacional foi ditada pelo próprio presidente, palavra por palavra. Invariavelmente ele ditou suas vontades no teatralizado encontro diário com seus seguidores no cercado montado diante do Palácio da Alvorada.

PRESIDENTE MONOPOLIZOU A AGENDA NACIONAL, PARA O BEM E PARA O MAL. TODOS JÁ TÊM JULGAMENTO SOBRE GOVERNO 

Deu certo. Muito certo. O Brasil foi um país onde não se falou em novos cantores, novos livros, novos filmes, novos modelos de carro: só se falou em Bolsonaro. Turbinado pelo algoritmo das redes, a turma “do contra” ajudou o país a só falar de Bolsonaro FALANDO MAL de Bolsonaro. Ao fim e ao cabo, ele roubou as atenções de quem o ama e de quem o odeia. Gol.

Já Lula foi o antagonista perfeito. De começo, criou-se uma impressão de que os erros estratégicos de Bolsonaro eram todos provocados por Lula: o petista criticava algo no governo, a equipe vinha e dava uma resposta – muitas vezes resolvendo problemas levantados pelo adversário. O magnetismo do ex-presidente tirou Bolsonaro da zona de conforto discursiva. Do dia pra noite, não havia apenas um ilusionista no picadeiro. Com um governo mal avaliado e tendo perdido a carga positiva do combate à corrupção (com o ex-juiz Sérgio Moro defenestrado, uma parte da base de sustentação na elite e na opinião pública se perdera), as pesquisas refletiriam um estado de coisas imutável: Lula se consolidaria como líder absoluto.

A liderança do ex-presidente já passou por todos os testes de stress. E foram vários: primeiro, o pré-campanha do PT foi muito abaixo das expectativas. Afora a jogada surpreendente de trazer o ex-ícone-tucano Geraldo Alckmin para vice, pelo PSB, a desejada Frente Democrática em torno do ex-presidente foi frustrante. Os aliados de Lula em 2022 são os de sempre – e olhem que nem o PDT veio. Partidos de centro? Nem pensar. O palanque ficou vermelho demais.

O desafio seguinte é bastante óbvio: Bolsonaro usou a caneta BIC para queimar o óleo da máquina pública e tomar o impulso que desejava. Desde que a reeleição foi instituída, nunca um presidente perdeu a reeleição para a oposição. Bolsonaro botou o time em campo e subiu sobre os ombros dos partidos de Centro para gerar as oportunidades de que precisa para ganhar mais 4 anos combatendo a fome (Auxílio Emergencial turbinado) e mexendo na tributação sobre o combustível — tudo para baixar a gasolina e amansar a classe média.

Contra isso, Lula não podia fazer nada a não ser torcer para que o eleitorado entendesse que a magia tem data para acabar. E deu certo, até para além do esperado. Colou a ponto de fazer com que a sensível melhora nos números da economia, com alta relativa do PIB bastante interessante, não impactasse nas pesquisas.

CAMPANHA DE LULA É TECNICAMENTE PROBLEMÁTICA: LIDERANÇA VEM APESAR DE POUCO DIZER SOBRE O QUE VAI FAZER

O terceiro anteparo a desafiar a resiliência das intenções de voto de Lula foi a própria campanha petista. Tecnicamente, em termos de marketing político, Lula não vai bem. Seriam dezenas de deficiências, mas vou me ater a apenas uma: os brasileiros com menos de 28 anos nunca votaram nele. Significa que adianta pouco ou quase nada dizer que nos próximos quatro anos o mel jorrará das montanhas “como em 2003, 2004…”. Foram oito anos de grande aprovação, os livros já contam, mas e daí?

O eleitor mais jovem quer solução para os problemas (muitos dos quais sequer existiam em 2002), ou pelo menos uma ideia do que vai acontecer, especialmente na economia. Lula disse no Jornal Nacional que “se ele disser antes o que vai fazer, na hora de fazer não conseguirá”… Ora, um cheque em branco a essa altura talvez seja pedir pro coelho do mágico voltar pra cartola em vez de sair…

Se Lula não se ajuda e ainda assim amanhece a cada dia mais favorito, parte da culpa é de Bolsonaro, que não faz muito melhor. O primeiro e óbvio problema é que não há na História do marketing político registro de um governante reeleito com rejeição superior a 50%. Costuma-se, antes de campanha, traçar a partir da rejeição do candidato e de seu governo um viés de como será a eleição: se é uma eleição “para a situação” ou “para a oposição”. A de 2022 é clara e inequivocamente uma eleição para a oposição. E assim seria fosse Lula ou fosse outro o adversário do presidente.

Bolsonaro luta contra um rochedo: o número de pessoas que o desaprovam é um impeditivo. Não parece haver nada que possa ser feito a modificar a situação. Como se fosse pouco, o presidente é errático. Parte do tempo ele parece se empenhar para vencer a eleição — outra parte ele se mostra concentrado no que fará para convencer o país de que não perdeu (caso perca, evidentemente). Entre um interesse e outro, não há conciliação. Se insistir em ficar mais perto do segundo, se distanciará do primeiro.

No mundo real, das pessoas de verdade, o número de indecisos nas pesquisas é incrivelmente baixo. E não poderia ser de outra maneira. Afinal, se o negócio é decidir entre Lula e Bolsonaro, só pode não ter opinião formada quem viveu em outro planeta os últimos quatro anos. Não há campanha, não há entrevista, não há debate, não há nada que tenha força para mudar esse quadro.

O eleitor, aborrecido, espera o 2 de outubro. Os parcos indecisos têm um papel importante, o de decidir se haverá segundo turno. Mais 28 dias podem mudar o quadro? Talvez não. No espetáculo frenético da eleição do fim do mundo, até as músicas do bis já parecem estar ensaiadas. Outubro é logo ali. 

O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas

Esquerda frágil e receita antiga devem levar Ibaneis à reeleição no DF – com votos de “petistas” e “bolsonaristas”

STUMP ANÁLISE – ESPECIAL ELEIÇÕES

ADRIANO BARCELOS

A não ser que algo muito surpreendente ocorra, Ibaneis Rocha (MDB) será reeleito governador do Distrito Federal. E mais: com votos tanto de eleitores de Jair Bolsonaro (PL) quanto de Lula (PT). 

Ibaneis é bolsonarista, isso ele não nega e nem há porque negar. Depois de um período de desatino, coisa de neófito, quando chegou a dizer que disputaria a Presidência da República em 2022, fez o realinhamento que queria. Se manteve ao lado do presidente mesmo no auge da pandemia da Covid-19 e resistiu às pressões para que o presidente fosse multado por promover aglomerações e não utilizar máscara. Fez ouvidos de mercador, apesar da grita geral. 

Ibaneis demorou tanto a vacinar a população de Brasília que, quem pôde, burlou o sistema sem dó nem piedade e foi se vacinar na rede SUS dos Estados de Goiás e Minas Gerais. O contraste era tanto que se criou até uma piadinha de humor pandêmico na ocasião: “Ibaneis vacilou, Caiado vacinou”, uma referência ao governador goiano Ronaldo Caiado (UNIÃO). 

Fato é que o eleitor de Brasília (vamos dizer do Distrito Federal, para ficar mais acurado) é bastante peculiar. Apesar de alguns lapsos de voto à esquerda, o que impera na política candanga são os clãs familiares, de cunho popular, como os Roriz – ou mesmo os Arruda. 

Embora se alardeie que “o DF é a unidade federativa com PIB per capita mais alto”, a realidade é que existe uma ilha de prosperidade forjada no serviço público – centralizada no Plano Piloto, lagos Sul e Norte, Águas Claras e algumas partes de outros “bairros’ – cercada por comunidades de classe média, baixa e até mesmo baixíssima. Pois é nesse DF, longe dos tapetes verdes e azuis do Congresso Nacional, das vitórias-régias do Itamaraty e das carpas do Alvorada que a política de Brasília de fato acontece. 

Não sem maldade, se comenta que um político será endeusado no “quadradinho” se fizer três coisas: regularização fundiária, obras públicas e assistência social. Invasões, grilagem e outras práticas parecem intermináveis em Brasília. Sempre há uma “cidade-satélite” ou região administrativa “à espera de regularização”. Nas comunidades pobres, não é exagero dizer que aquele que permite a uma família regularizar o terreno em que mora ganha sua gratidão eterna. E seu voto. Pois bem: Ibaneis fez as três coisas. Com destaque para as obras: o pó vermelho do chão do Cerrado voou alto nesses quatro anos.

Pesquisas colocam Ibaneis na casa dos 40% da preferência do eleitor. Depois dele, aparecem, com variações, Leia do Vôlei (PDT) Paulo Octávio (PSD), Leandro Grass (PV) e Izalci Lucas (PSDB). Eles aparecem com entre 5% e 15%. Longe, mas muito longe, de Ibaneis.  As mesmas pesquisas indicam que Ibaneis tem uma rejeição inferior aos 30%: na Ciência Política, esse percentual indica uma acentuada tendência de reeleição.

REJEIÇÃO INCRIVELMENTE BAIXA E CONCORRENTES DE POUCA EXPRESSÃO FAZEM DE IBANEIS FAVORITO

Ibaneis surpreendeu ao vencer em 2018. Ex-presidente da OAB/DF, notoriamente rico, fez uma campanha brilhante e aproveitou-se de um momento político conturbado, sem a presença das grandes “famílias” na urna, para correr por fora. Em 2022, ele repete a campanha brilhante: em suma, a mensagem é que ele gostaria de ter feito mais, mas que a pandemia impediu. Ou seja, quer mais quatro anos. Tudo indica que sua vontade será feita.

A esquerda se despedaçou em 2022. O PT não teria nenhum nome para apresentar. Erika Kokay bateu pé para ir à reeleição na Câmara Federal. O PSB não conseguiu manter de pé a candidatura de Rafael Parente, abatido pelo desânimo diante da falta de força do campo progressista. Ninguém se preocupou, Lula não fez nada para ter um palanque melhor em Brasília. Como que para fazer um afago em um aliado numa eleição perdida, Lula topou deixar a tarefa com Grass e o PV.  

A 30 dias do primeiro turno, Ibaneis prudentemente não vincula ostensivamente sua campanha à do presidente da República – pela reeleição, o governador joga xadrez. Pela primeira vez, uma pesquisa na semana passada mostrou Lula à frente de Bolsonaro em Brasília (Correio/Opinião – Lula 39% x 37,6% Bolsonaro). Nada parece atrapalhar Ibaneis, seja no voto IbaLula ou Bolsoneis. 

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Moraes esvazia o 7 de Setembro do presidente e reduz capacidade de mobilização de apoiadores

FOTO: NELSON JUNIOR/STF

STUMP ANÁLISE – 29 DE AGOSTO DE 2022

ADRIANO BARCELOS  

O meio jurídico em Brasília ficou de cabelo em pé com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de promover uma série de buscas e apreensões contra empresários de grosso calibre que defenderam “golpe de Estado” em grupo de WhatsApp. A história, aliás, é resultado de uma bela matéria do portal Metrópoles, que você pode ler aqui.

O processo tramita em segredo de Justiça e as informações provenientes do Supremo indicariam que a ação da Polícia Federal, autorizada por Moraes, se deveria tão somente à matéria do Metrópoles. Particularmente consideramos essa uma versão pouco verossímil. Muitos dos personagens do tal grupo de WhatsApp já figuravam em investigação conduzida no STF para apurar atos antidemocráticos desde 2019. Personagens como o empresário Luciano Hang já apareciam como suspeitos de financiamento de supostos disparos de mensagens em favor do então candidato Jair Bolsonaro ainda em 2018. 

O 7 de setembro de 2021, com caminhões, buzinas e milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, se não atingiu a proporção que o já presidente Bolsonaro esperava, foi uma mobilização cuja monta levantou curiosidade sobre a forma como foi financiada. Investigações sobre o evento integram o bojo do processo de Moraes. Corta para 2022. Bolsonaristas não faziam segredo de que poderiam repetir a dose: 200 anos da Independência; menos de 30 dias antes do primeiro turno; um aparato militar pronto para servir de moldura para os apoiadores do presidente fazerem de tudo-ao-mesmo-tempo uma coisa só, Brasil, independência, Bolsonaro…

RECUO DE EMPRESÁRIOS LEVA A CRER QUE MOBILIZAÇÃO POR ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS SERÁ ESTRANGULADA

Voltando ao começo do texto, o meio jurídico de Brasília ficou espantado. Um dia depois de que Bolsonaro disse no JN que a relação com Moraes “parecia pacificada”, eis que o magistrado autoriza investigação contra aliados dele. A mensagem está clara: Moraes não abrirá mão do papel de xerife da eleição. 

Se ele pode fazer o que fez? Até alguém dizer de forma taxativa que não pode, está feito. O resultado é que os grupos de WhatsApp se esvaziaram, empresários investigados dizem que deixarão o país, e o capital foi falar de outra coisa. Moraes, de maneira legítima ou não, gerou uma desmobilização dos ultraricos unidos em torno do presidente. Pessoas que muito têm a perder, na prática, costumam repensar suas atitudes nessas situações – ainda que fiquem a cuspir marimbondos por entender que o STF usurpa (e muito) seu papel. 

Os planos do governo para o 7 de setembro de 2022 já vinham cambaleando. O desfile militar do Rio de Janeiro não será em Copacabana, como o presidente queria. Também não será na Presidente Vargas, onde sempre foi. Será no posto 6 da Avenida Atlântica, perto do Forte, da estátua de Dorival Caymmi e das bancas de pescadores que vendem peixe fresco para quem passa. Anticlímax.

Na segunda-feira passada, Bolsonaro disse que aceitaria o resultado das eleições – com ressalvas. No dia seguinte, seu candidato a vice, general Braga Netto disse que aceitaria o resultado – mas sem ressalvas.  Na quinta passada, a rádio CBN veiculou reportagem em que militares teriam procurado a campanha de Lula para dissipar qualquer suspeita de desrespeito ao resultado das urnas. Até mesmo grupos ligados a Igrejas Evangélicas, infantaria primeira do pelotão da campanha de Bolsonaro, já teriam começado um processo de distensionamento e de reaproximação com Lula, o primeiro colocado nas pesquisas. 

A eleição não está decidida, muito longe de estar. Talvez hoje vencê-la seja a única alternativa para o presidente. Pesquisas qualitativas indicam que quando Bolsonaro ataca as urnas eletrônicas ele perde apoiadores mais ao centro, ou seja, fica mais perto da derrota. Já a agitação popular que, em muitos momentos e para muita gente, pareceu ser o plano A, parece ter-se esvaído, pelo menos em volume e poder de ignição.

Notem que a Pax Alexandrina, que a entourage do presidente tanto saudou, não durou cinco dias. Mas isso é assunto para um outro momento.

O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas.

Game of Thrones Tupiniquim: em Pernambuco, clãs familiares se digladiam em Estado onde Lula é Rei

STUMP ANÁLISE – ESPECIAL ELEIÇÕES 2022

EUCLIDES BITELO, analista convidado

Uma certeza já temos para Pernambuco em 2022: Lula vencerá, com folga, a disputa pelo Palácio do Planalto no Estado que desde 2006, quando o falecido Eduardo Campos (1965-2014) conquistou o governo, é considerado a principal fortificação do PSB no país.

Porém, a alta rejeição do atual governador Paulo Câmara (PSB), acima dos 65%, tem dificultado o crescimento do candidato do partido, Danilo Cabral, filho do ex-deputado estadual Adalberto Cabral. Ele é considerado um quadro de confiança da família Campos ao Palácio do Campo das Princesas.

E é exatamente este legado que move a disputa eleitoral no Estado Nordestino após o racha no clã, que tem suas raízes políticas no avô de Eduardo, Miguel Arraes (1916-2005). Essa busca por espaço na política local desandou de vez nas últimas eleições para a prefeitura de Recife, quando o atual prefeito e filho de Eduardo, João Campos (PSB), venceu sua prima Marília Arraes (Solidariedade, mas na época do PT), em uma eleição recheada de acusações de ambas as partes. Um amigo que vive em Pernambuco descreveu a situação da seguinte forma: “é um Game of Thrones (GOT) com regras de briga de rua, onde dedo no olho e chute no saco estão liberados.” 

Completam a disputa do GOT Tupiniquim, entre os favoritos, Raquel Lyra (PSDB), filha do ex-governador João Lyra Neto, eleito, adivinhem, como vice na chapa de Eduardo Campos, e ex-prefeita de Caruaru; o atual prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), da tradicional família Bezerra Coelho que domina a política no oeste pernambucano; e Anderson Ferreira (PL), prefeito da cidade de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, e filho de Manoel Ferreira (PSC), atualmente deputado estadual em Pernambuco.

FORA DA ESQUERDA, TENTATIVA DE DESVINVULAÇÃO COM ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Toda essa fragmentação e o poder de caciques estaduais e regionais aumenta a possibilidade de um segundo turno nas eleições deste ano. Se Danilo Cabral diz que sua chapa é o único palanque pernambucano do ex-presidente Lula e espera crescer com isso, Marília também abriu seu voto ao petista na disputa nacional. Como a força de Lula no Estado é enorme, outros candidatos, mesmo os mais à direita, tentam se descolar da influência do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Miguel Coelho oficialmente apoia a candidata de seu partido, Soraya Thronicke, e Raquel Lyra diz apoiar, em frente às câmeras pelo menos, Simone Tebet (MDB). Nos dois casos, eles tentam se desvincular da eleição federal. Até mesmo o candidato do PL, Anderson Ferreira, que deve ceder seu palanque para o atual presidente, dá declarações dizendo que “é candidato ao governo e que vai negociar com quem quer que se eleja presidente”. Porém, sua maior chance de ir ao segundo turno segue sendo se vincular ao presidente, atraindo assim os votos anti-Lula e principalmente o antipetismo pernambucano. 

Tirando Marília que, se depender das pesquisas realizadas por diferentes institutos de pesquisa, tem vaga praticamente garantida no segundo turno (podendo até vencer no primeiro, caso consiga colar sua imagem como a representante lulista no Pernambuco), os outros candidatos alternam posições nas amostragens eleitorais. 

Como já escrevi acima, Marília, além de ter preferência de grande parte da esquerda lulista, ainda carrega o sobrenome Arraes, um dos mais tradicionais em um Estado com a política extremamente ligada aos clãs familiares. Por outro lado, os adversários de Marília devem intensificar os ataques às suas alianças eleitorais, que segundo eles colocam em xeque sua lealdade ao legado do avô, e também na ojeriza ao PT, partido ao qual ela era filiada até pouco tempo e ainda muito forte em algumas regiões do interior de Pernambuco.

APOSTA EM LULA NA DISPUTA POR TERRENO ENTRE PT E PSB

Com o ex-presidente Lula subindo no palanque do candidato do PSB, cuja vice é do PT, Danilo Cabral pode avançar algumas casas e roubar votos de Marília. Porém, isso pode dividir os votos à esquerda e abrir espaço para que algum dos candidatos de centro e direita avancem para o segundo turno. As chances maiores são de Raquel Lyra e Miguel Coelho, que com a estratégia de tentarem se desvincular da disputa nacional podem, ao mesmo tempo, herdar votos do antipetismo mas sem colar a imagem ao presidente Bolsonaro. O presidente tem forte rejeição em todo o Nordeste brasileiro, mas especialmente em Pernambuco. A Anderson Ferreira, resta torcer para que o pacote eleitoral do governo federal surta algum efeito nas pesquisas em Pernambuco, o que acho difícil, uma vez que essas eleições têm mostrado que os votos nordestinos no ex-presidente Lula estão muito consolidados, praticamente cristalizados. 

Tanto nas atuais pesquisas, como em projeções, Marília se mostra como franca favorita a vencer e desbancar o “reinado” do PSB em Pernambuco. Para Cabral o melhor cenário seria Lula vencer no primeiro-turno, uma possibilidade cada vez menor devido ao crescimento do presidente Bolsonaro nas pesquisas. Isso faria ele colar sua imagem como “o candidato do Lula” e subir nos levantamentos. Contra os candidatos de centro e direita, acredito, que tanto Marília como Cabral venceriam a disputa, mesmo com um segundo turno em nível federal com acirramento dos ânimos e muita lodo brotando em esgotos de mentiras e fake news de todos os lados. As chances dos postulantes mais ao centro e à direita nesse GOT Tupiniquim é que alguma novidade contamine o cenário atual, e como sabemos, o Nordeste nos apresenta algumas surpresas por ser essa eterna “Terra em Transe”.

O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas

Presidenciáveis no JN: expectativa de maus momentos para todos. Para uns, mais que para outros

STUMP ANÁLISE – 22 DE AGOSTO DE 2022

ADRIANO BARCELOS  

No passado, se dizia que a campanha política só engrenava de fato quando os candidatos a presidente da República apareciam na telinha da TV: eram tempos em que o televisor em meio à sala hipnotizava as famílias, uma era em que não havia lar brasileiro que não se rendesse ao trinômio de todas as noites – “novela das sete, Jornal Nacional, novela das oito”. Eram tempos também em que a cara dos políticos invadia as grades de programações, “de manhã, à tarde e à noite”. O tempo passou e o hábito de consumir televisão se modificou. 

Em um ato disruptivo, muitos dos jovens já não mais aceitam o pacote pronto das emissoras de TV: programas em ordens pré-definidas, com brakes comerciais frequentes e inescapáveis, nada disso sugere entretenimento. Os candidatos já não contam mais com a audiência da televisão como “o” impulso de campanha. Redes sociais, guerrilhas digitais e mobilização no espaço virtual têm mais identificação com o jeito de fazer campanha no século 21. Lembram do trinômio novela-JN-novela? Pois é. Ao contrário de nossos tios, tias e avós, quase nenhuma viva alma é capaz de dizer “que novelas estão passando”. 

O que restou, impávido, é o hábito de “ver o Jornal Nacional”. Talvez como um último suspiro dos tempos glórios da TV aberta, o noticioso da Globo que vai ao ar geralmente às 20h30 ainda é um espaço de respeitável audiência. A partir desta segunda e ao longo da semana, William Bonner e Renata Vasconcelos serão cicerones do provável ecônomo das emas do Palácio do Alvorada em janeiro de 2o23.

Tradição deste século, o JN temático de entrevista aos candidatos é visto com preocupação pelas campanhas. Se dar bem, se dar bem, pode-se dizer que ninguém jamais se deu nessas entrevistas. Ver temas engruvinhados da vida pregressa de cada um jorrarem na tela das TVs do país, sem qualquer defesa prévia possível, é um tormento mesmo para os políticos mais experientes. Vê-se que, de canto de boca, muitos marqueteiros (se pudessem) gostariam de não participar. Na verdade, para os candidatos principais, “sobreviver” à dupla do JN já é vitória. A ratoeira é pesada mas o queijo é grande: pelo sim, pelo não, a audiência relativa do telejornal é maior do que a de todos programas eleitorais somados.

Como é tradição no Stump Análise, sem mais delongas, vamos fazer nossa projeção de como irão cada um dos quatro participantes.

A PREVISÃO STUMP É: LULA SEM NOVIDADES, BOLSONARO DESCONFORTÁVEL, CIRO EM REPRISE E SIMONE TEBET CONTRA A INDIFERENÇA

O ex-presidente Lula, por ser o primeiro nas pesquisas, é quem mais tem a perder. Político experiente ao extremo, tem como trunfo o fato de que não parece haver pergunta cabeluda sobre as acusações de corrupção contra ele e seu partido que já não tenha sido feita. Ele vem dando entrevistas a diversos veículos, inclusive do grupo Globo, ao longo do último ano e meio. Para quem não tem visto Lula recentemente, a calma tem sido a tônica. O JN não será propositivo, afinal nunca foi esse o propósito da sabatina de Bonner e Renata. Entre as perguntas incômodas, talvez até surja uma janela de oportunidade para ele dar sua versão própria da anulação dos processos contra ele nos julgamentos do juiz Sérgio Moro. Para quem foi pauta negativa por pelo menos 4 anos, não há por onde não sair melhor que entrou – ao menos nesse assunto.

O presidente Jair Bolsonaro é o entrevistado mais imprevisível de todos. Embora sua assessoria tenha confirmado presença no JN, não se descarte a hipótese de ele não ir. Se for, não se afaste a possibilidade de destempero. Se houver contenda, não se estranhe que o candidato levante e saia andando em meio à entrevista. Importante lembrar que  destratar a Globo faz parte do patrimônio político de Bolsonaro. Em 2018, com outsider antissistema, Bolsonaro fez apoiadores urrarem ao recitar o editorial da Globo em favor do golpe militar de 1964. O país, porém, era outro. Não em 64, mas em 2018: o Bolsonaro de 22 carrega as chagas de 3 anos e meio de gestão, com todas as agruras que governos da vez  costumam enfrentar: suspeitas de corrupção, arranjos políticos questionáveis, resultados econômicos duvidosos. Seria melhor Bolsonaro aparecer por pelo menos três razões. Uma, que ele é o primeiro entrevistado, já na segunda-feira. Outra, que desta vez ele é vidraça. Se não for defender seu governo, apanhará dos outros três. A terceira, que ele está mais de 10 pontos atrás de Lula nas principais pesquisas. Embora improvável (para todos), uma vitória no JN pode ser o fato novo que a campanha do presidente precisa para pavimentar a virada.

Ciro Gomes é bom de briga, isso todo mundo sabe. O que o momento exige dele, contudo, talvez não seja briga. E aí reside o problema do político cearense. Dono de retórica contundente e proprietário de um projeto de país maduro – embora contestável –, Ciro tem de explicar ideias relativamente complexas de uma maneira simples. Como ser professoral sem soar arrogante? Um Ciro contido, harmonioso e calmo não é o que espera seu grupo de apoiadores, que ele mesmo apelidou de “turma boa”. Ele não vai frustrar a turma boa, mas também não deve sair do JN com os dois dígitos da preferência que outrora teve. Todos conhecem Ciro e já não há mais coelhos na cartola. Se ele inovar, soará falso. Se reiterar o que sempre fez, não sairá do lugar. Apostamos que será o Ciro de sempre.

Simone Tebet é a franco-atiradora da vez. A sobrevivente da terceira via – ou da tentativa de estabelecer uma terceira via. Terá de explicar a falta de ânimo de seu próprio partido com a candidatura, mas é de longe aquela que o eleitorado (e o espectador) menos conhecem. O caso é que a praça não está muito sensível a novidades. Simone está estacionada em um patamar baixo nas pesquisas, o número de indecisos a conquistar é relativamente pequeno e ela ainda convive com temores de que seu palanque chegará fragilizado demais em 2 de outubro. Isso significa que um grande desempenho no JN pode melhorar as coisas, o que não representaria um avanço muito notável. Simone corre o risco da entrevista que, no jargão jornalístico, se chama “café com leite”: protocolar. Quando falávamos da ratoeira e do queijo, alguns parágrafos acima, talvez devêssemos repensar o que se refere à senadora sul-matrogrossense – a audiência tende a ser relativamente menor que a dos demais e, ainda que escape da ratoeira, o queijo pode não ser de um tamanho suficiente para saciar o mínimo apetite.

Veja aqui o cronograma das entrevistas dos candidatos ao JN

22/08 Jair Bolsonaro

23/08 Ciro Gomes

25/08 Lula

26/08 Simone Tebet

O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas.

Chuva de Pesquisas: por ora, Bolsonaro crescerá. Mas, e depois?

Bolsonarista em evento de homenagem ao presidente. FOTO: MATHEUS CÂMARA DA SILVA

STUMP ANÁLISE – 15 DE AGOSTO DE 2022

ADRIANO BARCELOS

O Auxílio Brasil turbinado, foco principal do pacote de bondades feito sob medida para dar sustentação às pretensões de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, deverá surtir efeito no desempenho dele nas pesquisas. Levantamentos como o FSB/BTG, semana passada, já identificaram a subida: (Lula 41%, Bolsonaro 34%). É possível que o primeiro Datafolha de agosto, a ser conhecido esta semana, reitere o movimento do eleitorado.  

O presidente conta ainda com o fator sorte. A guerra da Ucrânia foi devidamente precificada pelo mercado e o torniquete apertado da carestia das commodities em adição às perdas econômicas da Covid-19 fizeram a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) dar um cavalo-de-pau nos analistas. O barril do tipo Brent já esteve US$ 130 em março; havia estimativas de mais de US$ 200 no fim de 2022 – mas, no entanto, a commodity transita na faixa dos US$ 95. 

A mola propulsora da Opep é o temor de recessão na Europa, mas Bolsonaro não tem nada com isso e colocou na Petrobras o seu 4º presidente, Caio Mário Paes de Andrade, exatamente com a tarefa de baixar o preço da gasolina. Com o vento a favor, mais a polêmica medida do Congresso que limitou o ICMS sobre combustíveis, o trabalho ficou fácil e a gasolina caiu. 

Porém, na linguagem do mercado, quando um fato é reconhecido como dado e imutável, se costuma dizer que está “precificado” – ou seja, já causou todo impacto que poderia alcançar. Do ponto de vista eleitoral, o mesmo tende a ocorrer com as pesquisas de opinião. Haverá uma franja favorável ao presidente, mas é imperioso dizer que a inflação corroeu parte do impacto que os R$ 600 tiveram em 2020: a mágica não se repetirá, ao menos não na dimensão que Bolsonaro gostaria. Auxiliares palacianos que previam a virada do governo nas pesquisas com a pedra de toque do impacto dos programas sociais no Nordeste já sabem que isso não acontecerá.

A PREVISÃO STUMP É: BOLSONARO CRESCERÁ NAS PESQUISAS MAS, SEM UM FATO NOVO, ESSE CRESCIMENTO NÃO DEVERÁ SE SUSTENTAR.

A máquina pública é o melhor cabo eleitoral – jamais na História do Brasil desde a Nova República um presidente deixou de se reeleger. Mas os pouco mais de 40 dias até a eleição deixam em suspenso o que mais o presidente pode extrair da força do cargo. Os festejos do bicentenário da Independência em 7 de setembro serão um teste profundo sobre o humor da campanha do presidente. Quão mais desalinhada for a celebração, mais evidente parecerá que a vitória eleitoral é considerada mais longe pelo próprio Palácio do Planalto. 

A missão número 1 de Bolsonaro e sua campanha deverá ser evitar uma vitória de Lula em primeiro turno; a segunda, dinamitar a montanha de 60% de rejeição contra ele. A vitória é aritmeticamente impossível sem baixar esse percentual. É uma semana de pesquisas (veja abaixo), com tendência de trégua no desalento da campanha de Bolsonaro. O que virá depois possivelmente não será tão bom para o presidente. 

CALENDÁRIO DA SEMANA

15 – FINAL DO PRAZO PARA REGISTRO DE CANDIDATOS

15 – PESQUISA BTG/FSB

15 – PESQUISA IPEC/GLOBO

16 – INÍCIO DA PROPAGANDA ELEITORAL

16 – POSSE DE ALEXANDRE DE MORAES NA PRESIDÊNCIA DO TSE

17 – PESQUISA GENIAL/QUAEST

18 – PESQUISA DATAFOLHA

O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas.

O que, afinal, é Stump?

Stump, em bom português, quer dizer “toco” ou “cepo”. Assim, Stump Speech quer dizer literalmente “discurso do toco”. O que é isso? É uma tradição que remonta ao século XIX, na América do Norte.

Políticos em campanha iam de praça em praça para discursar, rapidamente, aos eleitores. Antes da existência da internet ou das redes sociais, o objetivo era fazer o candidato circular e ser ouvido pelo maior número de pessoas, no maior número possível de lugares.

Para que todos pudessem vê-los, os candidatos costumavam subir em tocos de árvores cortadas. Com o tempo, os assessores do candidato reparavam que havia praças em que não havia árvores cortadas. A solução encontrada por eles? Levar consigo os tocos e colocar no chão, para que o candidato subisse e todos pudessem acompanhar o discurso.

“Para alguns, um Stump Speech pode ser considerado uma fala maçante, repetitiva e pouco criativa. Mas, na realidade, esse conteúdo constitui a verdade do orador, a síntese de sua imagem pública e o sumo de suas bandeiras políticas.”

Ainda hoje, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá, um Stump Speech é um discurso breve, geralmente aquele que o candidato repete em todos os lugares, de forma padronizada. Para alguns, um Stump Speech pode ser considerado uma fala maçante, repetitiva e pouco criativa. Mas, na realidade, esse conteúdo constitui a verdade do orador, a síntese de sua imagem pública e o sumo de suas bandeiras políticas.

Stump Speech se notabiliza pela linguagem acessível e sintetiza as ideias do orador

Ainda hoje, pelo menos em termos de ideia, o Stump Speech persiste: em nome da tradição, especialmente nas convenções de escolha dos candidatos presidenciais nos EUA, o Stump Speech é utilizado para persuadir os delegados partidários. O conteúdo do discurso usado na convenção, via de regra, se torna o padrão do discurso a ser empregado ao longo de toda a campanha presidencial, por isso ele desperta a atenção dos analistas e jornalistas que cobrem as campanhas.

“Nos chamamos Stump exatamente porque somos o suporte sobre o qual nossos clientes chegam ao seu público-alvo.”

Nos chamamos Stump exatamente porque somos o suporte sobre o qual nossos clientes chegam ao seu público-alvo. A linguagem simples e que pode ser rapidamente compreendida por qualquer um constituem um padrão do qual nos orgulhamos de seguir. Seja bem-vindo. Seja bem-vinda.