Em tempos de polarização e incertezas, o papel das Relações Institucionais e Governamentais (RelGov) torna-se crucial no cenário brasileiro. O debate público, muitas vezes contaminado por discursos radicais e desinformação, afasta a sociedade do protagonismo necessário na construção de consensos.
Nesse contexto, a atuação dos profissionais de RelGov se destaca como um elemento essencial para mediar os interesses da sociedade junto ao parlamento, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A polarização política no Brasil tem gerado um ambiente onde o diálogo construtivo é cada vez mais raro. Os debates, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, frequentemente refletem essa divisão, dificultando a aprovação de políticas públicas que atendam às necessidades reais da população. A função dos profissionais de RelGov é, portanto, vital para reconectar a sociedade com seus representantes, promovendo um debate mais equilibrado e informado.
Junto à Esplanada, onde as decisões do Executivo são tomadas, a influência dos profissionais de RelGov é igualmente importante. Eles atuam como intermediários, apresentando demandas e preocupações da sociedade civil e do setor privado a ministros de demais autoridades. Esse diálogo constante ajuda a garantir que as políticas públicas sejam desenvolvidas com base em dados concretos e necessidades reais, e não apenas em interesses políticos de curto prazo.
Profissionais de RelGov vão além da intermediação
O STF, como guardião da Constituição e dos direitos fundamentais, também é um espaço onde as Relações Institucionais e Governamentais desempenham um papel crucial. Profissionais de RelGov podem facilitar a comunicação entre a sociedade e o Judiciário, promovendo uma melhor compreensão das decisões judiciais e suas implicações. Além disso, podem auxiliar na construção de argumentos jurídicos que reflitam os anseios da população, contribuindo para um Judiciário mais conectado com a realidade social.
A atuação dos profissionais de RelGov vai além da mera intermediação. Eles são agentes de transformação, capazes de promover a articulação entre diferentes setores da sociedade e o governo. Por meio de análises detalhadas, construção de redes de contato e planejamento estratégico, esses profissionais ajudam a construir uma agenda que realmente reflita as prioridades da sociedade.
Em tempos de crise e incertezas, sua habilidade em navegar por cenários complexos e encontrar pontos de convergência é fundamental para a estabilidade e o progresso do país.
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No passado, se dizia que a campanha política só engrenava de fato quando os candidatos a presidente da República apareciam na telinha da TV: eram tempos em que o televisor em meio à sala hipnotizava as famílias, uma era em que não havia lar brasileiro que não se rendesse ao trinômio de todas as noites – “novela das sete, Jornal Nacional, novela das oito”. Eram tempos também em que a cara dos políticos invadia as grades de programações, “de manhã, à tarde e à noite”. O tempo passou e o hábito de consumir televisão se modificou.
Em um ato disruptivo, muitos dos jovens já não mais aceitam o pacote pronto das emissoras de TV: programas em ordens pré-definidas, com brakes comerciais frequentes e inescapáveis, nada disso sugere entretenimento. Os candidatos já não contam mais com a audiência da televisão como “o” impulso de campanha. Redes sociais, guerrilhas digitais e mobilização no espaço virtual têm mais identificação com o jeito de fazer campanha no século 21. Lembram do trinômio novela-JN-novela? Pois é. Ao contrário de nossos tios, tias e avós, quase nenhuma viva alma é capaz de dizer “que novelas estão passando”.
O que restou, impávido, é o hábito de “ver o Jornal Nacional”. Talvez como um último suspiro dos tempos glórios da TV aberta, o noticioso da Globo que vai ao ar geralmente às 20h30 ainda é um espaço de respeitável audiência. A partir desta segunda e ao longo da semana, William Bonner e Renata Vasconcelos serão cicerones do provável ecônomo das emas do Palácio do Alvorada em janeiro de 2o23.
Tradição deste século, o JN temático de entrevista aos candidatos é visto com preocupação pelas campanhas. Se dar bem, se dar bem, pode-se dizer que ninguém jamais se deu nessas entrevistas. Ver temas engruvinhados da vida pregressa de cada um jorrarem na tela das TVs do país, sem qualquer defesa prévia possível, é um tormento mesmo para os políticos mais experientes. Vê-se que, de canto de boca, muitos marqueteiros (se pudessem) gostariam de não participar. Na verdade, para os candidatos principais, “sobreviver” à dupla do JN já é vitória. A ratoeira é pesada mas o queijo é grande: pelo sim, pelo não, a audiência relativa do telejornal é maior do que a de todos programas eleitorais somados.
Como é tradição no Stump Análise, sem mais delongas, vamos fazer nossa projeção de como irão cada um dos quatro participantes.
A PREVISÃO STUMP É: LULA SEM NOVIDADES, BOLSONARO DESCONFORTÁVEL, CIRO EM REPRISE E SIMONE TEBET CONTRA A INDIFERENÇA
O ex-presidente Lula, por ser o primeiro nas pesquisas, é quem mais tem a perder. Político experiente ao extremo, tem como trunfo o fato de que não parece haver pergunta cabeluda sobre as acusações de corrupção contra ele e seu partido que já não tenha sido feita. Ele vem dando entrevistas a diversos veículos, inclusive do grupo Globo, ao longo do último ano e meio. Para quem não tem visto Lula recentemente, a calma tem sido a tônica. O JN não será propositivo, afinal nunca foi esse o propósito da sabatina de Bonner e Renata. Entre as perguntas incômodas, talvez até surja uma janela de oportunidade para ele dar sua versão própria da anulação dos processos contra ele nos julgamentos do juiz Sérgio Moro. Para quem foi pauta negativa por pelo menos 4 anos, não há por onde não sair melhor que entrou – ao menos nesse assunto.
O presidente Jair Bolsonaro é o entrevistado mais imprevisível de todos. Embora sua assessoria tenha confirmado presença no JN, não se descarte a hipótese de ele não ir. Se for, não se afaste a possibilidade de destempero. Se houver contenda, não se estranhe que o candidato levante e saia andando em meio à entrevista. Importante lembrar que destratar a Globo faz parte do patrimônio político de Bolsonaro. Em 2018, com outsider antissistema, Bolsonaro fez apoiadores urrarem ao recitar o editorial da Globo em favor do golpe militar de 1964. O país, porém, era outro. Não em 64, mas em 2018: o Bolsonaro de 22 carrega as chagas de 3 anos e meio de gestão, com todas as agruras que governos da vez costumam enfrentar: suspeitas de corrupção, arranjos políticos questionáveis, resultados econômicos duvidosos. Seria melhor Bolsonaro aparecer por pelo menos três razões. Uma, que ele é o primeiro entrevistado, já na segunda-feira. Outra, que desta vez ele é vidraça. Se não for defender seu governo, apanhará dos outros três. A terceira, que ele está mais de 10 pontos atrás de Lula nas principais pesquisas. Embora improvável (para todos), uma vitória no JN pode ser o fato novo que a campanha do presidente precisa para pavimentar a virada.
Ciro Gomes é bom de briga, isso todo mundo sabe. O que o momento exige dele, contudo, talvez não seja briga. E aí reside o problema do político cearense. Dono de retórica contundente e proprietário de um projeto de país maduro – embora contestável –, Ciro tem de explicar ideias relativamente complexas de uma maneira simples. Como ser professoral sem soar arrogante? Um Ciro contido, harmonioso e calmo não é o que espera seu grupo de apoiadores, que ele mesmo apelidou de “turma boa”. Ele não vai frustrar a turma boa, mas também não deve sair do JN com os dois dígitos da preferência que outrora teve. Todos conhecem Ciro e já não há mais coelhos na cartola. Se ele inovar, soará falso. Se reiterar o que sempre fez, não sairá do lugar. Apostamos que será o Ciro de sempre.
Simone Tebet é a franco-atiradora da vez. A sobrevivente da terceira via – ou da tentativa de estabelecer uma terceira via. Terá de explicar a falta de ânimo de seu próprio partido com a candidatura, mas é de longe aquela que o eleitorado (e o espectador) menos conhecem. O caso é que a praça não está muito sensível a novidades. Simone está estacionada em um patamar baixo nas pesquisas, o número de indecisos a conquistar é relativamente pequeno e ela ainda convive com temores de que seu palanque chegará fragilizado demais em 2 de outubro. Isso significa que um grande desempenho no JN pode melhorar as coisas, o que não representaria um avanço muito notável. Simone corre o risco da entrevista que, no jargão jornalístico, se chama “café com leite”: protocolar. Quando falávamos da ratoeira e do queijo, alguns parágrafos acima, talvez devêssemos repensar o que se refere à senadora sul-matrogrossense – a audiência tende a ser relativamente menor que a dos demais e, ainda que escape da ratoeira, o queijo pode não ser de um tamanho suficiente para saciar o mínimo apetite.
Veja aqui o cronograma das entrevistas dos candidatos ao JN
22/08 Jair Bolsonaro
23/08 Ciro Gomes
25/08 Lula
26/08 Simone Tebet
O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas.
O Auxílio Brasil turbinado, foco principal do pacote de bondades feito sob medida para dar sustentação às pretensões de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, deverá surtir efeito no desempenho dele nas pesquisas. Levantamentos como o FSB/BTG, semana passada, já identificaram a subida: (Lula 41%, Bolsonaro 34%). É possível que o primeiro Datafolha de agosto, a ser conhecido esta semana, reitere o movimento do eleitorado.
O presidente conta ainda com o fator sorte. A guerra da Ucrânia foi devidamente precificada pelo mercado e o torniquete apertado da carestia das commodities em adição às perdas econômicas da Covid-19 fizeram a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) dar um cavalo-de-pau nos analistas. O barril do tipo Brent já esteve US$ 130 em março; havia estimativas de mais de US$ 200 no fim de 2022 – mas, no entanto, a commodity transita na faixa dos US$ 95.
A mola propulsora da Opep é o temor de recessão na Europa, mas Bolsonaro não tem nada com isso e colocou na Petrobras o seu 4º presidente, Caio Mário Paes de Andrade, exatamente com a tarefa de baixar o preço da gasolina. Com o vento a favor, mais a polêmica medida do Congresso que limitou o ICMS sobre combustíveis, o trabalho ficou fácil e a gasolina caiu.
Porém, na linguagem do mercado, quando um fato é reconhecido como dado e imutável, se costuma dizer que está “precificado” – ou seja, já causou todo impacto que poderia alcançar. Do ponto de vista eleitoral, o mesmo tende a ocorrer com as pesquisas de opinião. Haverá uma franja favorável ao presidente, mas é imperioso dizer que a inflação corroeu parte do impacto que os R$ 600 tiveram em 2020: a mágica não se repetirá, ao menos não na dimensão que Bolsonaro gostaria. Auxiliares palacianos que previam a virada do governo nas pesquisas com a pedra de toque do impacto dos programas sociais no Nordeste já sabem que isso não acontecerá.
A PREVISÃO STUMP É: BOLSONARO CRESCERÁ NAS PESQUISAS MAS, SEM UM FATO NOVO, ESSE CRESCIMENTO NÃO DEVERÁ SE SUSTENTAR.
A máquina pública é o melhor cabo eleitoral – jamais na História do Brasil desde a Nova República um presidente deixou de se reeleger. Mas os pouco mais de 40 dias até a eleição deixam em suspenso o que mais o presidente pode extrair da força do cargo. Os festejos do bicentenário da Independência em 7 de setembro serão um teste profundo sobre o humor da campanha do presidente. Quão mais desalinhada for a celebração, mais evidente parecerá que a vitória eleitoral é considerada mais longe pelo próprio Palácio do Planalto.
A missão número 1 de Bolsonaro e sua campanha deverá ser evitar uma vitória de Lula em primeiro turno; a segunda, dinamitar a montanha de 60% de rejeição contra ele. A vitória é aritmeticamente impossível sem baixar esse percentual. É uma semana de pesquisas (veja abaixo), com tendência de trégua no desalento da campanha de Bolsonaro. O que virá depois possivelmente não será tão bom para o presidente.
CALENDÁRIO DA SEMANA
15 – FINAL DO PRAZO PARA REGISTRO DE CANDIDATOS
15 – PESQUISA BTG/FSB
15 – PESQUISA IPEC/GLOBO
16 – INÍCIO DA PROPAGANDA ELEITORAL
16 – POSSE DE ALEXANDRE DE MORAES NA PRESIDÊNCIA DO TSE
17 – PESQUISA GENIAL/QUAEST
18 – PESQUISA DATAFOLHA
O Stump Análise é um instrumento técnico cujo objetivo é projetar, antecipar e prever o que acontecerá, de acordo com convicções resultantes de nossa expertise. Analisamos temas da Agenda Nacional e não necessariamente nossas predições representam o que gostaríamos que acontecesse e tampouco torcemos para que o projeto político de A ou B prospere ou fracasse. Não julgue nossas previsões sob qualquer prisma político – mas fique à vontade para nos cobrar se não estiverem corretas.